STERCULIA CURIOSA

 

FAMÍLIA DAS MALVACEAE (antes stherculiaceae)

 

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ARVORE

FLORES

FRUTO

FRUTO, SEMENTES OU AMENDOAS 

 

 

NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: XIXÁ vem do Tupi e significa “Fruto semelhante a mão ou punho fechado”, aludindo a forma das cápsulas individuais. Também recebe os nomes de: Araxixa, Chichá, Amêndoa do cerrado, Castanha de macaco, Mandoví e Pau de bóia. Antes o nome cientifico dessa espécie era Stherculia chicha.

 

ORIGEM: Floresta atlântica, no estado de São Paulo ocorria na Serra da Mantiqueira, hoje está extinta no habitat natural. Também aparece nos estados de: Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro, Brasil. Mais informações no link: http://servicos.jbrj.gov.br/flora/search/Sterculia_curiosa

 

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https://www.youtube.com/watch?v=uV_iysRchyU

 

CARACTERISTICAS: Árvore magnífica e frondosa, atingindo de 10 a 20 metros de altura, crescendo mais de 30 metros no meio da floresta. A copa se abre como um enorme guarda-sol e os galhos se distribuem formando uma taça e os ramos jovens exsudam ou transpiram ceras transparentes e pegajosas. O tronco é provido de sapopemas basais de 40 a 60 cm de diâmetro, com casca cinzenta, rósea ou castanha com fissuras formando pequenas praças delgadas. As folhas são alternas, com pedicelos (haste ou suporte) de 7 a 15 cm de comprimento, com estipulas (lamina foliar) triangular e acuminadas (com ponta fina e aguda) com cor de ferrugem e tomentosas (colerta de lanugem). A lamina foliar mede de 15 a 30 cm de diâmetro, tem textura coriácea (semelhante a couro), são glabras (sem pelos) na face superior e ferrugineo tomensosas (coberta de lanugem com cor de ferrugem) na face inferior, tri ou pentalobadas (com 3 a 5 recortes até a metade da folhas); os lobos são arredondados ou agudos no ápice; a coloração é verde prateado com nervuras amareladas na face superior e avermelhadas na face inferior. As flores são monóicas (masculinas e femininas na mesma planta) e nascem em panículas terminais (tipo de cacho composto) de até 12 cm de comprimento com 15 a 30 flores de coloração alaranjada ou púrpura; monoclamidias (com um só invólucro), actinomorfas (com vários planos passando num mesmo eixo) com perigônio (cálice e corola unidos), campanulado (em forma de sino) e com 5 tépalas ou seguimentos do perigônio acuminados (ponta aguda). As flores masculinas têm cerca de 10 a 20 estames (tubos que transportam os grãos de pólen) com filetes (a base dos tubos) unidos ao andróforo (prolongamento do androceu ou órgão masculino da flor), as anteras (glândula apical que carrega os grãos de pólen) são ovais e sésseis (sem nenhuma haste). A flor feminina é compota de gineceu rudimentar com ginóforo (prolongamento do órgão feminino) com 4 ou 5 carpelos (folha modificada). O fruto é composto de 2 a 5 carpídios foliculiformes (folha que se transforma em cápsula que reveste as sementes), medindo até 13 cm de comprimento por até 12 cm de diâmetro, assumindo coloração espetacular, com tons de lilás a rosa a medida que amadurecem, cada carpídio fechado e com as sementes pesa de 90 a 130 gramas e só a casca pesa em media de 60 a 80 gramas. Cada carpídio contém 7 a 9 sementes ovaladas de 3 cm de comprimento por 2 cm de diâmetro que pesam em média 4 a 8 gramas.

 

DICAS DE CULTIVO: Arvore de crescimento rápido que resiste a baixas temperaturas (até -4 graus), e resistem a períodos de seca entre 3 a 6 meses. Pode ser cultivada em todo o Brasil em solos: profundo, úmido, neutro (5,5 a 7,0), com constituição arenosa ou argilosa (solo vermelho) e até pedregoso. A arvore é pioneira e ótima para ser usada em reflorestamento. Desenvolve-se bem em climas tropicais e subtropicais com altitude variando entre 450 a 900 metros acima do nível do mar. As suas raízes tubulosas armazenam água e apreciam índice pluviômetro de chuvas variando de 700 a 1.800 mm, conforme acontece nas regiões de dispersão natural.

 

MUDAS: As sementes são grandes, cilíndricas e oblongas (mais longa que larga), com uma pele preta que se desprende a medida que vai secando. É recalcitrante (perde o poder germinativo em menos de 40 dias) e por isso devem ser semeadas assim que colhidas em sacos individuais de 25 cm de altura por 15 cm de diâmetro contendo substrato de 40% de terra, 30% de matéria orgânica e 30% de areia de rio. A germinação ocorre em 30 a 40 dias, e as mudas crescem rápido tanto no sol como na sombra, atingindo 45 cm com 6 a 8 meses após o plantio. Estacas lenhosas também enraízam facilmente, podendo esse método ser promissor para acelerar a produtividade das plantas para se fazerem cultivos comerciais. As plantas cultivadas via semente iniciam frutificação com 6 a 7 anos.

 

PLANTANDO: Pode ser plantada a pleno sol como em bosques como em reflorestamentos de preservação permanente. Se o terreno for grande recomendo plantar num espaçamento de 12 a 15 m entre plantas, mais se o terreno for pequeno pode ser plantada à 8 x 8 m entre plantas podendo cultivar outras frutíferas que gostam de sombra sob sua copa. Abra covas de 50 cm nas três dimensões, reserve os 30 cm de solo iniciais para misturar 2 pás de areia de rio, 1 kg de cinzas e 6 a 8 pás de matéria orgânica, deixando curtir por 2 meses. A melhor época de plantio é nos meses de setembro a outubro, após o plantio irrigar a cada quinze dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época da florada.

 

CULTIVANDO: A planta cresce rapidamente, é muito bela mesmo quando jovem. Planta de fácil cultivo e muito rústica, necessitando apenas de adubação orgânica com média de 4 a 20 pás de composto orgânico curtido e 50 a 1 kg gramas de adubo químico NPK 10-10-10 (a depender do tamanho e idade da planta). Apenas podas de limpeza de galhos secos ou doentes são efetivadas.

 

USOS: Frutifica nos meses de setembro a dezembro. Os frutos passam do amarelado para o avermelhado ao amadurecer, estes são semelhantes a um trevo com 4 ou 5 cápsula, cada uma contendo de 5 a 8 sementes, que tem uma amêndoa saborosa com gosto de amendoim e coco consumida in natura ou torrada. A arvore é ornamental e pode ser cultivada em grandes jardins e praças. A planta também não pode faltar em projetos de reflorestamentos na mata atlântica, devendo ser introduzida no seu habitat natural. As castanhas ou sementes alimentam araras e papagaios bem como toda a família dos roedores silvestres.

 

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