PERITASSA HATSCHBACHII

 

FAMÍLIA DAS CELESTRACEAE

 

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FOLHAS E FRUTOS

POLPA E SEMENTES

 

 

NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: SAPUTÁ PERA vem do tupi guarani “planta que se apóia e sobe nas outras” descrevendo o habito da planta. Também chamado de Cipota, Bacupari cipó, Capicurí de Hatschbachii e Saputá purungo.

 

Origem: nativo das matas de encostas ou de planaltos, onde aparece ocasionalmente na mata atlântica próximo ao litoral ou nos planaltos no interior na floresta semidecidual, estando presente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Brasil. Mais informações no link: http://servicos.jbrj.gov.br/flora/search/Peritassa_hatschbachii 

 

Características: Planta trepadora, lenhosa, perene, totalmente glabra (sem pelos) com ramos que se transformam em ganchos que enrolam nos ramos das arvores. O tronco é mais ou menos cilíndrico de 3 a 8 cm de diâmetro, com casca esverdeada e com manchas brancas. Os ramos jovens são facilmente identificados por serem de cor verde escuro e opaca. As folhas são simples, opostas, coriáceas (com textura grossa), sob pecíolo de 0,3 a 1 cm de comprimento, com forma elíptica (longa e com mesma largura da base ao ápice); tendo base cuneada (com forma de cunha) e ápice acuminado (que se afina gradativamente) e as vezes emarginado (com reentrância); medindo 3,5 a 13,6 m de comprimento por 3 a 7,5 cm de largura com margem inteira. As inflorescências nascem nas áxilas (encontro da folha com o ramo), tem forma de panícula tirsoide (tipo de cacho composto bi ou trifurcado e com flores na mesma altura) que emergem dos nós desfolhados, contendo 10 a 90 flores de 3 a 4 mm de diâmetro quando abertas com minúsculas pétalas cremes e interior esverdeado. Os frutos são bagas ovóides ou piriformes de 2,7 a 3,8 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura, com casca de 3 a 4 mm de espessura de cor amarelo escura quando completamente madura, com 2 a 3 sementes oblongas (mais longa que larga), e fusiforme (mais ou menos cilíndrica) de 1,5 a 3 cm de comprimento por 10 mm de largura, envoltas por arilo gelatinoso e branco, adocicado e saboroso.

 

Dicas para cultivo: É planta de crescimento lento nos primeiros 3 anos, exigente a ambiente sombreado e preferindo solos bem drenados, profundos e férteis com pH neutro e do tipo arenoso ou latossolo (terra vermelha ou amarelada). A planta adulta resiste a geadas de até – 3 graus, porém a floração e frutificação do ano fica prejudicada. Pode ser cultivada em todo o Brasil, desde o nível do mar até 800 m de altitude. Recomendo plantar mudas em sacos grandes (com 20 por 30 cm de altura) e quando as plantas atingirem 40 cm ou mais, já podem ir para o local definitivo. Plantar 2 plantas embaixo da copa dessas arvores longevas e providenciar uma taquara que leve os ramos até a copa da arvore. Os frutos maduros caem e podem ser coletados no chão.

 

Mudas: As sementes são oblongas (mais longa que larga) de coloração creme e que conservam o poder germinativo por no máximo 1 mês se guardadas em recipiente umedecido. Germinam em 90 a 180 dias, se plantas em substrato feito de 30% de terra vermelha 30 % de argila ou areia e 40 % de matéria orgânica bem curtida. Plantar as sementes diretamente em embalagens individuais. As mudas devem ser formadas em ambiente sombreado e atingem 30 cm com 12 a 15 meses no viveiro. Após o plantio crescem lentamente até o 3 ano, depois soltam galhos longos e a partir daí crescem mais rápido. As plantas iniciam frutificação com 5 a 7 anos após o plantio.

 

Plantando: As covas devem ter 50 cm nas três dimensões e ser preenchidas principalmente com folhas em decomposição + 1 kg de cinzas, 500g de calcário e 7 a 8 pás de esterco bem curtido. Caso queira, o plantio pode ser feito numa parreira em latada (na horizontal com no mínio 2 m de largura por 6 m de comprimento. Espaçamento 4  x 4 m entre covas. A irrigação deve ser feita a cada quinze dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época da florada. A melhor época de plantio das mudas, é de outubro a dezembro.

 

Cultivando: Deve-se observar o crescimento dos cipós e providenciar suporte para que atinjam a copa da arvore, no inicio é bom amarrar os cipós até que se prendam com o passar do tempo. Adubar com composto orgânico, pode ser 4 pás de composto orgânico bem curtido + 30 gr de N-P-K 10-10-10, distribuindo apenas na coroa do pé da planta, distanciados a 20 cm do caule; dobrar essa quantia a cada ano até o 4ª ano.

 

Usos: Frutifica de dezembro a Janeiro e em Março e Abril. Os frutos são consumidos in natura e tem sabor delicado e muito agradável. A planta não pode faltar em projetos de reflorestamento, principalmente no enriquecimento de florestas já cultivadas, provendo frutos para alimentação de pássaros, animais silvestres e peixes. É uma espécie rara e que corre o perigo de extinção, por isso precisa ser cultivada em jardins botânicos ou pomares coleção de frutas silvestres.

 

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