MELIOSMA SELLOWII

 

FAMÍLIA DAS SABIACEAE

 

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TRONCO

FRUTO POR AMADURECER E SEMENTES

 

NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: PIGUACA-IBA ou PIGUACABA Vem do tupi e significa: “Fruto gordurento”. Também é chamado de Abacate mirim, Cajaty, Canela caju, Canelinha-abacate, Pau Fernandes e Pau macuco.

 

OBSERVAÇÕES: Espécie descoberta recentemente em nossas expedições em Março e abril de 2.013; em busca de frutas desconhecidíssimas da mata atlântica (Floresta ombrofila densa) da região sudeste do estado de São Paulo. A primeira vista pensei que a planta era uma espécie do gênero PERSEA ou mesmo Persea ovata, mais ao observar o modo de germinação das sementes e as primeiras folhas com bordas dentadas, decifrei que tratava-se de Meliosma sellowii.

 

Origem: É natural e está dispersa na região Sudeste e sul do Brasil e em alguns estados do nordeste, aparecendo ocasionalmente na floresta ombrofila densa e mista, na restinga e na floresta estacional semidecidual com altitudes superiores a 800 m.

Mais informações no link: http://servicos.jbrj.gov.br/flora/search/Meliosma_sellowii

 

Características: É uma arvore mediana, de 4 a 7 metros mesmo quando no meio da floresta. A copa é estreita e com ramificação densa no ápice da copa. O tronco é retilíneo (reto e direito), cilíndrico de 20 a 30 cm de diâmetro com casca fina, áspera e reticulada (como rede) que se desprende lentamente em pedaços desuniformes; sua coloração é castanha e avermelhada com manchas brancas formadas por liquens. As folhas são alternadas, com pecíolo (haste ou suporte) de 08 a 3 cm de comprimento, com superfície densa lanosa e esbranquiçada. A planta ser facilmente identificada por se observar as brotações tomentosas (coberta de lanugem) e o terço superior das folhas mais novas que é dentada. A lamina foliar é cartácea (como cartolina), alongada e obovada (forma de ovo invertido, com a parte larga no ápice) medindo de 6 a 20 cm de comprimento por 2 a 4,5 cm de largura, com base cuneada (forma de cunha) e ápice obtuso ou arredondado e as vezes agudo e denteado; tendo a face abaxial (costa) densamente lanosa e de coloração parta, ou em algumas vezes glabrescentes (quase sem pelos). As inflorescências são panículas (cacho como pirâmide) subterminais, medindo 10 a 24 cm de comprimento, contendo de 70 a 120 flores de 2 a 3 mm de comprimento, com cálice (invólucro externo) com 5 sépalas triangulares, e corola (invólucro interno) dialissépala (tem pétalas livres), com 5 pétalas ciliadas (como cílios). Os frutos são do tipo bagas arredondadas e esbranquiçadas quando verdes, tornando-se verde amarelada quando madura, medindo 3 a 5 cm de diâmetro com 1 semente castanho acinzentada de 8 mm a 1,4 cm de diâmetro.

 

Dicas para cultivo: Planta de clima subtropical úmido com temperaturas medias de 10  a 32 graus, suportando geadas ocasionais de até – 3 grau. Pode ser cultivada em todo o Brasil, desde o nível do mar até 1.810 m de baltitude; adapta-se bem aos solos arenosos ou argilosos e vermelhos que sejam profundos, com pH de acido a neutro e com boa quantidade de matéria orgânica dissolvida. Pode ser plantado até em beiras de rios onde ocorrem inundações ocasionais. Essa espécie tem crescimento lento na faze inicial.

 

Mudas: Sementes são volumosas, arredondadas e com tegumento ou casca dura o que contribui para longevidade e conservação da semente para que essa sobreviva as condições adversas do outono inverno. Por isso a semente pode ser conservada por mais de 6 meses. Recomendo que as sementes sejam plantadas diretamente em sacos individuais contendo substrato feito de 40% de terra vermelha, 30% de matéria orgânica e 30% de areia branca de rio. As sementes frescas tem índice de germinação em torno de 60% e começam a nascer em 90 a 160 dias e o crescimento das mudas seja lento, atingindo 30 cm com 8 a 10 meses após a germinação. A frutificação deve iniciar-se com 4 a 6 anos, dependendo do clima, solo e ou tratos culturais.

 

Plantando: Pode ser plantada em pleno sol ou em reflorestamentos mistos, pois produzem frutos comestíveis para a fauna em geral. No pomar planta-se num espaçamento de 6 x 6 m, onde as covas devem ter 50 cm de largura, altura e profundidade, misturando os 30 cm iniciais do solo com 2 pás de areia de rio (caso o terreno não tenha areia) e 5 a 6 pás de composto orgânico bem curtido; caso o solo seja muito acido é bom colocar 500 g de calcário na cova e deixar curtir por 2 meses antes do plantio. A melhor época de plantio é de outubro a dezembro; após, irrigar com 10 l de água por semana nos primeiros 3 meses caso falte chuvas.

 

Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco ou aqueles que se cruzarem para o interior da copa. Adubar com composto orgânico, pode ser 3 pás de cama de frango bem curtida e + 30 gr de N-P-K 10-10-10 dobrando essa quantia a cada ano até o 4ª ano e continuar adubando anualmente na primavera. Lembrar de distribuir o adubo a 5 cm de produndidade na projeção da copa com distancia do tronco igual a medida da circunferência do mesmo. Manter sempre o pé da planta protegido e coberto com capim ou folhas secas.

 

Usos: Frutifica nos meses de Fevereiro a Abril. Os frutos têm polpa espessa e verde oliva ou pouco amarelada quando madura, tem textura gordurosa e não é adocicada, por isso o fruto deve ser consumido com açúcar ou mel assim como o abacate comum. A planta não deve faltar em projetos de revegetação da mata atlântica, visando salvar a espécie da extinção e prover alimento  para fauna em geral. A arvore pode ser cultivada como ornamental. Se a espécie for selecionada e melhorada, com certeza tem potencial para a fruticultura comercial.

 

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